Logicamente não estarei nesse blog para discutir quais motivos poderiam ser ou nao ser a aposentadoria de Ronaldo mas sim, irei ser fiel explicando quais motivos fisiologicamente ocorrem com atletas destreinados ou até mesmo um indivíduo destreinado o que ocorre fisiologicamente com seu corpo quando há interrupção do treinamento de força ou do treinamento esportivo específico para atletas seja para de alto rendimento até ao atleta amador não ocasional.
Fleck $ Kraemer,2006 explica que o processo de DESTREINAMENTO COMO UM PROCESSO DE DESCONDICIONAMENTO QUE AFETA O DESEMPENHO PORQUE DIMINUI A CAPACIDADE FISIOLÓGICA OCORRENDO EM DIVERSAS SITUAÇÕES: COMPLETA INTERRUPÇÃO DO TREINAMENTO(DE FORÇA OU ESPORTIVO ESPECÍFICO),DIMINUIÇÃO DO VOLUME DE TREINAMENTO AO LONGO DA CARREIRA DO ATLETA, LONGOS PERÍODOS SEM TREINAMENTO DE FORÇA(OU ESPORTIVO ESPECÍFICO).
Ainda estes mesmos autores citam que os motivos principais do Destreinamento são:
-Lesões
-Aposentadoria do Atleta
-Diminuição de volume do treinamento(de força ou esportivo específico) no período fora de temporada
Mujika e Padilla(2001) citam o efeito do destreinamento a nível fisiolígico cardiovascular:
-Diminuição de densidade capilar com diferença arteriovenosa de oxigênio diminuída
-Diminuição em enzimas oxidativas reduzindo assim a produção de ATP mitocondrial
-Diminuição de VO2máx
Staron,Hagerman e Hikida,1981 citam as alterações fisiológicas após 7 meses de destreinamento e de Dieta de um Atleta de Levantamento De Peso de ELite:
Medida Antes do destreinamento
Peso:121.5kg
% de massa gorda: 25,2%
Perímetro de Coxa: 82,5cm
PA(sistólica/diastólica): 146/96
VO2pico: 32,6 ml/kg/min
FC máxima: 200 bpm
% do volume mitocondrial: tipo I: 3,04 tipo II: 1,76
Medida Depois do Destreinamento:
Peso:94kg
%de massa gorda: 14,8%
perímetro da coxa:66,5
PA (sistólica/diastólica): 137/76
VO2 pico:49,1
FC máxima:198bpm
% volume mitocondrial fibras: tipo I:4,41 tipo II:2,46
Os autores verificaram que houve aumento de VO2 máx,densidade mitocondrial e aumento do padrão sem nenhum estímulo aeróbio tendo uma grande perda de peso,redução da massa gorda e diminuição do perímetro da coxa reforçando a diminuição da área de secção transversa do músculo confirmando a atrofia muscular devida ao destreinamento.
Efeito Do Destreinamento no Desempenho Motor:
-Hakkinen e Komi,1985c citam que 12 semanas de destreinamento em treino de força tradicional diminuiu a capacidade do salto vertical de 2%( valor que era de 13% quando estes eram treinados) portanto esses autores afirmam que se o treinamento de força for descontinuado há uma diminuição de capacidade de salto vertical em praticantes de força(lembrando que salto vertical é altamente funcional para atletas de basquete,volei,futebol,rugby,futebol americano,baseball,natação e etc) e esses autores citam que um treinamento de 2 sessões por semana durante 16 semanas mantêm o desempenho motor de atletas.
Efeito Fisiológico do Destreinamento na Perda de Força:
Anderson e Aagard,2000 e colaboradores viram que um efeito de uma média de 12 semanas causaram uma diminuição nas fibras tipo IIa e IIx sendo assim as fibras IIa sendo convertidas para fibras tipo IIx(características altamente predominantemente para força), sendo assim também esses autores citam de que há alterações em fibras de OTG,fuso muscular, alteração na fisiologia da contração muscular diminuindo assim o volume muscular e o número de células satélites musculares,alterações de fibras motoras diminuindo assim o limiar anaeróbio e consequentemente diminuição do rendimento no atleta destreinado.
Efeito Fisiológico do Destreinamento na Massa Óssea:
Winters $ Snow,2000 citam a importância que o treinamento resistido faz aumentando a Densidade de Massa Óssea através do efeito piezoelétrico induzido pelo treinamento resistido e nisso esses mesmos autores analisaram mulheres que apos 12 meses de treinamento foram induzidas ao destreinamento por 6 meses resultando uma menor Densidade Mineral Óssea justificando assim que a massa óssea além de ser dependente do treinamento resistido o destreinamento pode levar aos indivíduos seja ele atleta ou não a possíveis perdas de Densidade Mineral Óssea tornando-o poroso e frágil(osteoporose)
Resumindo temos:
Todo Destreinamento seja ele induzido por lesões de atletas(assunto desse post),aposentadoria,diminuição do volume de treinamento de força(ou esportivo específico) vai levar a um Descondicionamento Físico do Atleta a níves Cardiovasculares,Miotendinosos e Ósseos, o que leva a um atleta a ficar destreinados além de fatores psicológicos são fatores fisiológicos como não somente a idade mas a alta carga(volume) de treinamento com Intensidades Elevadas não sendo possível o descanso do atleta mesmo em períodos de temporada ocorrendo assim Lesões Musculoesqueléticas por desequilíbrios musculares pelo alto volume de treinamento e de alta intensidade.
Isto gera a um afastamento do atleta que leva ao destreinamento que gera repercussões fisiológicas a nível Cardiovascular e músculoesquelético comprometendo assim não apenas sua carreira mas sim também a níveis de saúde pois esse Atleta caso vir a Destreinar pode estar incluído nos fatores de risco cardiovasculares e músculoesqueléticos de uma populaçao não atleta.
Portanto deveria ser importante a intervenção do técnico ou do preparador físico dar continuidade ao tratamento do atleta mesmo após seu período de Destreinamento para este continuar-se fora dos riscos de população não atleta revendo assim planos nutricionais e periodização(neste caso com certeza) a nível de aptidão física.
Portanto caros leitores deixem o Ronaldo em paz,entendam porque o Destreinamento levou a sua aposentadoria...
Bom é isso aí,boa semana a todos!
abraços!
Nenhum comentário:
Postar um comentário